top of page

[bio]

Fernanda Monteiro nasceu no Rio de Janeiro, em 26 de outubro de 1979.

 

Atualmente vive entre São Paulo e o Rio de Janeiro. 

​

 

1995-2002: ANOS DE FORMAÇÃO

 

A paixão pelo violoncelo começou em 1995, quando Fernanda ingressou na Escola de Música Villa-Lobos. A adolescente que gostava de música popular brasileira e principalmente de heavy metal, que estudava no Colégio Pedro II pelas manhãs e que gastava as tardes desfrutando da programação gratuita dos espaços culturais do centro do Rio de Janeiro, chegou à escola de música interessada em estudar clarineta ou violão clássico. Bastou, no entanto, o primeiro contato com o violoncelo para ela decidir que se dedicaria ao instrumento.

 

“Minha primeira professora foi Atelisa de Salles”, relembra. “Ser aluna de uma mulher foi estimulante e muito importante para eu acreditar que poderia ter um lugar na música clássica."

 

A jovem Fernanda logo entrou para a Orquestra Sinfônica da Escola de Música Villa-Lobos. Ademais frequentou a classe de música de câmara do fagotista Noël Devos, na mesma instituição, e o curso de prática de orquestra sinfônica do violinista e maestro Bernard Bessler, na cidade de Niterói. Em dezembro do ano 2000, viajou para a França pelo programa de intercâmbio 500 Anos de Amizade Brasil-França. Em sua primeira turnê na Europa, aos 21, tocou em Paris, Sèvres e Bellegarde-sur-Valserine com a orquestra da Villa-Lobos. O grupo também se apresentou junto com o Trio Brasileiro, formado por Gilberto Tinetti no piano, Watson Clis no violoncelo e Erick Lenigher no violino.

 

Em 2001, integrou a Orquestra Jovem do Conservatório Brasileiro de Música. Na posição de solista e de primeiro violoncelo, participou de concertos nos principais palcos do Rio de Janeiro dedicados à música clássica: Espaço Finep, Auditório Lorenzo Fernandez (Conservatório Brasileiro de Música), Auditório Francisco Mignone (Escola de Música da UFRJ), Sala Cecília Meirelles, Teatro João Caetano, Igreja da Candelária, Teatro Noel Rosa (Centro Cultural da UERJ) e Teatro da AFE (atual Teatro Unigranrio), dentre outros.

A adolescente Fernanda Monteiro num dos primeiros concertos de sua carreira, com a Orquestra Sinfônica da Escola de Música Villa-Lobos

Ainda em 2001, Fernanda passou a estudar sob orientação de Marcelo Salles, primeiro violoncelista da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Além disso participou da Oficina de Música XIX, promovida pela Fundação Cultural de Curitiba e ministrada por Marcelo Salles e David Chew, bem como do curso de prática de orquestra do maestro Ricardo Rocha, realizado durante o Festival de Música de Campos dos Goytacazes.

​

Já em 2002, fez o curso de extensão em música de câmara e violoncelo da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, com os professores Martin Ostertag (violoncelo), Nachum Erlich (violino) e Fany Solter (piano). Nesse ano, ela também se juntou à Orquestra Escola Petrobrás Pró Música.

Em Bellegarde-sur-Valserine, na França, durante a turnê de 2000 com a orquestra da Villa-Lobos

2003: O COMEÇO DA VIDA PROFISSIONAL

 

“O ano de 2003 foi um divisor de águas em minha vida”, conta Fernanda. “Foi quando comecei a me profissionalizar e a abrir terreno para grandes mudanças pessoais e profissionais.”

 

Em 2003 ela foi aprovada no vestibular para o curso de Licenciatura em Música, na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EMUFRJ). Lá pôde estudar violoncelo com o professor Iura Ranevsky e logo começou a dar aulas para principiantes, tanto como estagiária de musicalização infantil nos Seminários de Música Pró-Arte quanto como professora particular de violoncelo.

 

2003 foi ainda o ano em que participou de duas montagens das quais tem especial lembrança: a Ópera do Menino Maluquinho, de Ernani Aguiar, com os músicos da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e regência do maestro Roberto Duarte, e a Ópera do Malandro, de Chico Buarque, estrelada por Mauro Mendonça, Lucinha Lins e Soraya Ravenle no Teatro Carlos Gomes.

 

Finalmente, foi em 2003 que Fernanda deu vazão ao antigo desejo de transitar pela música popular, o que a levou aos estúdios e também aos palcos de shows. Nesse ano, participou de várias gravações de discos e de trilhas sonoras, com destaque para o trabalho junto à gravadora Som Livre. Ademais, começou a viajar pelo Brasil acompanhando o grupo Kid Abelha na turnê Acústico (MTV).

"Tocar em grupo sempre foi minha atividade favorita", diz Fernanda. Na foto, amigos e colegas da música nos anos de Rio de Janeiro

2004-2006: MUDANÇA PARA A BAHIA

 

Em 2004, Fernanda se mudou para Salvador, dando início a um período de intensos treze anos de atuação nas cenas de música clássica e de música popular da capital baiana.

 

A fim de continuar a formação acadêmica, interrompida com a mudança, fez vestibular novamente e, já em 2005, ingressou no Bacharelado em Violoncelo da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia (UFBA). “Foi um lugar de muito aprendizado”, rememora Fernanda. “Ainda caloura, me tornei participante ativa dos Seminários Internacionais de Música (SIM), projeto da universidade." No evento daquele primeiro ano de UFBA, ficou marcada pela masterclass da violoncelista americana Beth Vanderborgh.

 

Ainda em 2005, a convite do professor Salomão Rabinovitz, se juntou à Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA) durante o final da temporada, de outubro a dezembro. Na condução dos concertos de que participou estiveram os maestros Cláudio Cruz, Roberto Duarte, Lígia Amadio e Norton Morozovicz — além de Jaques Morelenbaum, que regeu o espetáculo “Carlinhos Brown Sinfônico”.

​

Também em 2005, integrou:

​

Visita à Bahia em 2003, antes da mudança

(a) a Orquestra Filarmônica de Mulheres, montada para o evento AVON Women in Concert, com regência de Claudia Feres e participação da cantora Margareth Menezes;

(b) um quinteto formado junto com Alexandre Casado (violino), Josely Saldanha (trompa), Juan Braceras (viola) e Margareta Cichilova (violino), que se apresentou na Reitoria da UFBA durante a edição daquele ano do festival Mercado Cultural;

(c) a Orquestra do Barroco na Bahia, que apresentou o Oratório de Natal e o Magnificat de Bach em concertos na Catedral Basílica e na Sala Principal do Teatro Castro Alves, sob regência do padre Hans Bonisch.

Já no âmbito da música popular, em 2005 Fernanda foi convidada para shows e gravações em estúdio — participou de 4 discos e 1 DVD. Teve assim a chance de trabalhar com Beto Pitombo, Carlinhos Marques, Companhia de Danças Espanholas, Eliane Veiga, Luisão Pereira, Paulinho Boca de Cantor, Sergio Souto e Roberto Sant’Ana.

No ano seguinte, 2006, tornou a se apresentar nos SIM: com a Orquestra de Violoncelos — formada por ela, Fabio Presgrave, Robert Suetholz, Vana Bock e músicos da OSBA — e com a Orquestra do Seminário, sob regência do maestro suíço Christian Benda. Também merece destaque sua participação na Orquestra Sinfônica da Escola de Música da UFBA, que nesse ano realizou a série Concertos Populares, com apresentações em praças públicas de Salvador e em cidades do interior da Bahia.

193210_161892530531787_6963815_o.jpg

Com a Orquestra Sinfônica da Bahia, no Teatro Castro Alves, em Salvador, durante a temporada de 2011. Foram dez anos como violoncelista da orquestra| Foto: Divulgação

2007-2010: OSBA & DOIS EM UM

 

Em maio de 2007, Fernanda foi convidada pelo Sesc São Paulo para tocar no projeto Álbum Duplo Clube da Esquina. Foram três shows realizados no Sesc Pompéia, ao lado de Beto Guedes, Tavito, Alda Rezende e outros artistas de renome da música popular brasileira.

 

Em novembro do mesmo ano, ela se tornou oficialmente violoncelista da Orquestra Sinfônica da Bahia, na qual se fixaria pela década seguinte. Ao mesmo tempo, foi convidada para ser professora em um projeto então nascente: os Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia — NEOJIBA.

 

Em 2008, terminou a graduação na UFBA sob a orientação da professora Suzana Kato. Em paralelo, continuou a trabalhar com música popular, em projetos com Claudia Cunha, Frank Sinatra Jr., Gal Gosta, Ivete Sangalo, Maria Bethânia (com a OSBA), Motumbá, Paulinho Boca de Cantor, Sergio Souto, Roberto Sant’Ana, Vanessa da Mata e outros tantos artistas.

 

Foi também em 2008 que ela se lançou como cantora de música popular, no duo Dois em Um, formado em parceria com o compositor e instrumentista Luisão Pereira. O Dois em Um imediatamente atraiu a atenção da imprensa e do selo Midsummer Madness, que encomendou à dupla um álbum, lançado em 2009.

 

Logo começariam os shows pelo Brasil. A primeira apresentação do duo ocorreu no Sesc Pompeia, em 16 de julho de 2009.

Show do Dois em Um na Sala do Coro do TCA (Salvador), em 2012 | Foto: David Campbell

2010-2016: MESTRADO & NOVOS DISCOS

 

Os concertos da OSBA, a carreira no Dois em Um e o trabalho junto com artistas da música popular se transformaram na rotina dos anos seguintes. Ainda assim, o desejo de se aprimorar e de se tornar também uma pesquisadora da música impeliu Fernanda para o Mestrado em Performance Musical da Escola de Música da UFBA. A pós-graduação foi realizada entre 2012 e 2014, sob orientação do professor Alexandre Casado. Nela Fernanda elaborou um estudo da peça A Última Flor, do compositor suíço-baiano Ernst Widmer.

​

Em 2011, participou da fundação do Camará Ensemble, dedicado a interpretar a música de concerto de compositores brasileiros da atualidade. Esteve seis anos com o grupo.

 

Em 2013, o Dois em Um lançou o segundo disco, Agora, com apoio do edital Conexão Vivo/Governo do Estado da Bahia. Já em 2014, o duo realizou seu primeiro show internacional, em Toronto, no Canadá.

 

Também em 2014, Fernanda tocou com o grupo Sertanília no festival WOMEX, em Santiago de Compostela, na Espanha.

​

Em 2015, ao lado da violoncelista Suzana Kato e do radialista Renato Cordeiro, apresentou um episódio do tradicional programa da rádio Educadora FM da Bahia: o Especial das Seis. Com o tema do violoncelo na MPB e na música pop, esse episódio marcou a segunda vez de Fernanda no Especial das Seis. Dois anos antes, ela havia apresentado um capítulo inteiro dedicado a seu segundo disco, Agora.

 

Já em 2016, o Dois em Um lançou o último trabalho antes do encerramento da banda: o DVD Ao Vivo no Museu do Recôncavo Wanderley Pinho. Tanto o show quanto sua transformação em material audiovisual foram realizados com apoio do edital Natura Musical.

Bastidores do DVD do Dois em Um

Foto: Mayra Lins

Então, com vontade de se reaproximar da cena musical do sul do país, Fernanda abraçou a oportunidade de se mudar para Londrina, no Paraná.

2017-HOJE: BRAVI & DESBRAVAMENTOS

 

A mudança para o Paraná se deu quando passou a tocar com a Orquestra Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina (OSUEL), em 2017. Uma vez ali, Fernanda se juntou ao violista Jhonatan Santos para fundar, no mesmo época, a Academia de Prática e Formação Orquestral BRAVI, escola especializada no ensino de instrumentos de cordas friccionadas. Nos dois anos em que permaneceu ligada à BRAVI, exerceu funções tanto administrativas quanto pedagógicas.

​

Em Londrina, com o sócio Jhonatan Santos e o violinista Evgueni Ratchev, tutor pedagógico e artístico da BRAVI | Foto: Fábio Alcover

Em 2018, se tornou também integrante da Orquestra de Câmara Solistas de Londrina e foi convidada para tocar — e atuar — no musical O Caipira & O Causo do Capiroto, com direção de Sandra Parra, texto de Raquel Sant’Anna e direção musical de Paulo Vitor Poloni. O musical estreou em 2019, com apoio da Secretaria Municipal de Cultura de Londrina.

 

Realizou masterclasses de violoncelo nas edições de 2018 e de 2019 da Mostra de Música de Câmara de Londrina. E, em 2019, se uniu à Orquestra Municipal de Jundiaí (OMJ), sob regência e direção artística de Claudia Feres. Permaneceu na OMJ por duas temporadas, até 2020. Durante a temporada virtual, inclusive, foi apresentadora da Série Beethoven & Crianças.

​

"Meu objetivo é trabalhar com o máximo de pessoas talentosas que estão nas diversas regiões do Brasil", diz Fernanda, com trânsito entre o Sul, o Sudeste e o Nordeste | Foto: Fábio Alcover

Com a pandemia da covid-19 e a suspensão das atividades do campo da música no Brasil e no mundo, Fernanda retornou a seu estado natal, o Rio de Janeiro, mas dessa vez para a cidade de Teresópolis, onde pôde reavivar o interesse na pesquisa de música. Nesse período, foi aluna especial da pós-graduação da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), na turma de teoria e prática da interpretação da professora Laura Rónai.

​

Em 2021, participou da II Festa Literária da Caramurê (FELICA), na Bahia. Ali mediou o encontro dos escritores Edvard Passos e Migracielo, pesquisadores de Raul Seixas e de Walter Smetak. Além disso, participou do Programa Gestores 2021, curso de formação de administradores de espaços de música clássica realizado pela Sala Cecília Meireles. Por fim, nesse ano Fernanda se tornou voluntária da nascente Associação de Violoncelistas Brasileiros (ABRACELLO), na qual integra o GT de Comunicação & Memória.

​

Já em 2022, mudou-se para São Paulo, onde deu início ao Doutorado em Performance Musical na Universidade de São Paulo (USP). Sob a orientação do professor Robert Suetholz, Fernanda pesquisa a influência de Villa-Lobos nas composições brasileiras para violoncelo feitas no século XXI e a brasilidade como um elemento performático do instrumentista que executa essas composições.

​

bio: Biografia
bottom of page